FAU USP
TFG - TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO

2012
ILUSTRAÇÃO: CATARINA BESSELL
Professor Orientador: Fábio Mariz Gonçalvez
Professor Co-orientador: Camila D'Ottaviano
DESENHO URBANO DE PASSARELAS: O PERCURSO DO PEDESTRE NAS TRAVESSIAS DO RIO PINHEIROS
O desenvolvimento da cidade de São Paulo caracteriza-se pela prioridade do uso do automóvel em oposição à valorização do espaço do pedestre, atestado pela condição das travessias sobre o rio Pinheiros que delimitam seu caminho. Além disso, a atual ocupação das margens do rio proporciona o esquecimento de seu potencial de lazer e de elemento tão importante na paisagem da cidade.
Os rios apresentam função essencial na drenagem da cidade e deveriam ser valorizados, permitindo assim o usufruto de suas margens ao invés da negação de sua presença na paisagem. São Paulo não ofereceu a aproximação das pessoas a esse espaço, dificultando ainda mais o convívio, a exemplo da construção de outras barreiras como a ferrovia e as avenidas marginais. Se antes o objetivo era atravessar apenas sua largura, por volta de 90m, agora passou a 200m, acrescentando a difícil intenção de conectar de maneira harmoniosa os diversos modais existentes: trem, metrô, ônibus, bicicleta, automóvel e o pedestre.
O projeto de passarelas de pedestre consiste, portanto, em retomar a relação pessoal da cidade com o rio Pinheiros, de modo a revitalizar e conectar de maneira humana as suas margens, configurando-o não mais como barreira física e sim como percurso atrativo, tanto no sentido transversal quanto no decorrer de seu trajeto.
A passarela proposta tem o objetivo de não apenas estabelecer simples conexão entre as duas margens do rio, como ocorre nas poucas transposições existentes que não resolvem a questão da travessia digna e segura, seja pela dimensão reduzida e pela deterioração do entorno.
A intenção principal, foco do estudo, volta-se ao pedestre e na qualidade da travessia em todos os aspectos e fragilidades. Este deve atravessar o rio e os demais obstáculos que estendem o trecho de transposição, de maneira segura, entre as calçadas e as margens.
Definindo-se como ambiente de passagem, ponto de encontro, estar, repouso, contemplação, tem a capacidade de tornar o espaço vivo, repleto de pessoas e atividades, aprimorando o entorno, o rio e a cidade, aproximando as pessoas desse elemento tão escasso na vida dos paulistanos.
A simplicidade do traço da passarela no desenho urbano tem o desejo de proporcionar essa vida colorida à cidade.
Caderno para Consulta: TFG-Renata Cruz Rabello







